Há aproximadamente uma década, deixei de lado os rabiscos dispersos sobre o conteúdo onírico que sonhara, decidido a começar um diário de sonhos mais elaborado. Não tinha ideia, nessa altura, do quão importante se revelaria o registo constante dos sonhos.
O que de início se revelou como uma simples descrição sequencial, foi gradualmente dando lugar a uma análise e a interpretações. Certos elementos tornaram-se recorrentes, sendo inevitável um olhar atento à simbologia e ao tom mitológico.

Registar os sonhos tornou-se assim um “ritual”. Nem sempre tenho sonhos dignos de registo e análise, e nem sempre me recordo do que sonhei, mas criei o hábito de olhar em detalhe sobretudo para aqueles que, ainda de manhã, ficam a pairar misteriosamente.
Hoje, tenho noção que o registo e a procura de significação no material sonhado é uma “conversa” com o lado inconsciente. Algo que o estudo da obra de Carl Jung me ensinou, foi que essa interação molda não apenas o nosso lado racional como também leva a misteriosas alterações nas nossas “camadas” mais profundas. Por outras palavras, o nosso inconsciente está “vivo” e também receptivo ao que o nosso lado consciente tem a “dizer”.
Sonhos são realizações de desejos ocultos e são ferramenta que busca equilíbrio pela compensação. É o meio de comunicação do inconsciente com o consciente.
Carl Jung
Daqui em diante, usarei o Blog para fazer algumas partilhas sobre as minhas descobertas. Obviamente que os “desejos ocultos” e certas simbolizações feitas através do sonho são muito pessoais e merecem permanecer no diário, mas alguns dos conteúdos são altamente criativos e servirão de mote para reflexão.
Bons sonhos…